O que é uma fantasia? Um desejo guardado dentro de si ou uma simples projeção da ficção? O texto “Escolher a fantasia, eis a questão!” conseguiu nos passar uma idéia da dificuldade em decidir qual peça utilizar em uma festa a fantasia. A dúvida dos dois jovens, que por problemas distintos, não conseguiam definir o que usar, nos remete a uma outra questão: seria essa fantasia tão importante?
Segundo o psicólogo Marcos Bueno, em seu artigo Por que no carnaval as pessoas soltam as fantasias nas fantasias?, ‘fantasiar-se é criar roupagens aparentemente absurdas, mas que o desejo dá vida’. Para Bueno, ‘as antigas tradições sapienciais sempre representaram o mundo interno do ser humano através da dança, dos cultos sagrados, das pinturas, da escrita, das iniciações espirituais, enfim, das mais diversas manifestações culturais’.
Por meio de uma poesia, Marcos Bueno define, ainda, o que seria a fantasia:
É ideologia,
É emoção,
É energia,
É o veiculo por onde transita o sonho.
Sem a fantasia o sonho nunca se tornaria à realidade.”
Por mais que a fantasia não demonstre o que queremos ser, ela sugere o que apoiamos. Pegamos o exemplo do príncipe Harry. Em janeiro de 2005, o jovem de 20 anos teve que pedir desculpas por fantasiar-se com um uniforme Nazista (foto). ‘Sinto muito se causei qualquer ofensa ou embaraço a alguma pessoa. Foi uma escolha de fantasia infeliz e peço desculpa', justificou-se Harry às mídias inglesas. O que seria uma simples brincadeira, tornou-se algo de grandes proporções. A repercussão deu-se, contudo, pelo fato de uma realeza “vestir a camisa” e idolatrar um ato tão chocante para a humanidade. Por mais que não fosse essa a intenção do príncipe.
Independente se você fabrica a roupa ou recorre às lojas para alugar uma fantasia, o mais importante é que ela esteja de acordo com sua personalidade. Não adianta você optar por uma peça de odalisca, enquanto dentro de si algo não te deixa se sentir confortável. Porém, realidade ou ficção, lembre-se que aquilo que você veste, para muitos, diz o que você pensa.