sexta-feira, 6 de junho de 2008

Você é o que você veste

Por Adriana Maciel

O que é uma fantasia? Um desejo guardado dentro de si ou uma simples projeção da ficção? O texto “Escolher a fantasia, eis a questão!” conseguiu nos passar uma idéia da dificuldade em decidir qual peça utilizar em uma festa a fantasia. A dúvida dos dois jovens, que por problemas distintos, não conseguiam definir o que usar, nos remete a uma outra questão: seria essa fantasia tão importante?

Segundo o psicólogo Marcos Bueno, em seu artigo Por que no carnaval as pessoas soltam as fantasias nas fantasias?, ‘fantasiar-se é criar roupagens aparentemente absurdas, mas que o desejo dá vida’. Para Bueno, ‘as antigas tradições sapienciais sempre representaram o mundo interno do ser humano através da dança, dos cultos sagrados, das pinturas, da escrita, das iniciações espirituais, enfim, das mais diversas manifestações culturais’.

Por meio de uma poesia, Marcos Bueno define, ainda, o que seria a fantasia:
“Fantasia é poesia,
É ideologia,
É emoção,
É energia,
É o veiculo por onde transita o sonho.
Sem a fantasia o sonho nunca se tornaria à realidade.”


Por mais que a fantasia não demonstre o que queremos ser, ela sugere o que apoiamos. Pegamos o exemplo do príncipe Harry. Em janeiro de 2005, o jovem de 20 anos teve que pedir desculpas por fantasiar-se com um uniforme Nazista (foto). ‘Sinto muito se causei qualquer ofensa ou embaraço a alguma pessoa. Foi uma escolha de fantasia infeliz e peço desculpa', justificou-se Harry às mídias inglesas. O que seria uma simples brincadeira, tornou-se algo de grandes proporções. A repercussão deu-se, contudo, pelo fato de uma realeza “vestir a camisa” e idolatrar um ato tão chocante para a humanidade. Por mais que não fosse essa a intenção do príncipe.

Independente se você fabrica a roupa ou recorre às lojas para alugar uma fantasia, o mais importante é que ela esteja de acordo com sua personalidade. Não adianta você optar por uma peça de odalisca, enquanto dentro de si algo não te deixa se sentir confortável. Porém, realidade ou ficção, lembre-se que aquilo que você veste, para muitos, diz o que você pensa.

10 comentários:

Anônimo disse...

Adriana, assim como nas festas, fantasias sempre fazem(e faziam) parte dos mais diversos eventos: o conde/duque, sacerdote, o músico da banda x, o brigadista, o militar, o Dalai Lama(essa é boa!), o pai-de-santo, a aeromoça, a enfermeira, o gari, o cozinheiro, o pajé, o astronauta, o piloto de F1, o mergulhador - necessárias ou divertidas, para impressionar ou demonstrar poder, é claro, para se esconder tb - a fantasia reúne em si tudo o que ela é em essência: fantasia. O irreal, o lúdico, o sonho e a majestade, tudo se mistura na confusão que ela desperta: onde está a verdadeira máscara, na pele ou no adereço? Fazendo uma analogia com os alimentos, você é o que vc come.

Ivana Souza disse...

Dri,
Gostaria de dizer muitas coisas, mas o Almerindo ja falou tudo... Parabéns seu texto é ótimo e abre um leque de discurssões. Portanto eu acredito que as fantasias são apenas fantasias e não quer dizer que você é o que veste... O exemplo disso é que gostaria de um dia me vestir de anjinho ou mãe de Santo... Veja, nenhum dos dois tem nada haver comigo são exatamente fantasias, brincadeiras. Os links se adequam bem ao texto e ficou muito bom. Paranbéns amiga jornalista!

Alessandra Mara disse...

Legal a idéia abordada no seu texto, particularmente acho que uma fantasia não mostra nada de uma pessos é apenas uma brincadeira. O segundo link eu mudaria, mas o texto está bom. Parabéns!

Ana Lívia Mendes disse...

Dri, o texto ficou excelente. Bem escrito, bem organizado. Mas ficou bem com a cara de matéria..rs.
Adorei a poesia do Marcos Bueno.
E o exemplo com o Príncipe Harry foi muito bom.
Parabéns.. Beijo =*

Nathália Fernandes disse...

Dri, gostei do seu texto. Muito bem argumentado e as palvaras se casam ao decorrer do texto. Com relação ao seu contexto, concordo que as fantasias revelam um pouco de si e mostramos nossas fantasias nas fantasias. Os link são bem elaborados. Só não gostei do link falabdo do príncipe Harry. Acho que não tem mto a ver. Mas vc conseguiu expressar sua opinião sem expressar. Bjo

Allan Jones disse...

Adriana, gostei muito do artigo. Só não concordo com o título porque já me fantasiei de coisas que não tinham nada a ver com a minha personalidade, foi penas por diversão.
Concordo com Lívia ao dizer que seu artigo ficou com cara de matéria. Porém achei muito coesa e evolutiva para as minhas idéias.
Parbéns!

Priscila disse...

Dri,seu texto ficou ótimo, adorei seu artigo.
Concordo com o Allan na parte em que às vezes nos fantasiamos de personagens que realmente não tem nada a ver com a nossa personalidade. Afinal, se é fantasia acho que tudo vale. Pura adrenalina e diversão.
Seus links estão ótimos.

Parabéns..
Beijinos..

Raquel disse...

Adriana,
Você conseguiu criar uma certa polêmica com o seu texto, o que é ótimo. Alguns concordam que aquilo que se veste representa o que se pensa, outros não. Mas a sua própria opinião não ficou muito clara. Concordo com a Lívia quando ela diz que ficou com mais cara de "matéria".
Você começa muito bem, apresenta vários argumentos pertinentes e interessantes, mas faltou um pouco mais de você mesma no texto. Pense a respeito, ok?
O link para a sua matéria anterior está correto, assim como os demais. Parabéns! Nota 2,8.

Adriana disse...

Raquel,
você disse que poderíamos discordar das suas observações, então seguem meus comentários:
Em primeiro lugar, já deixei minha opinião explícita sobre o assunto logo no título "Você é o que você veste". Eu não questionei se as pessoas concordavam ou não, eu afirmei que você é o que você veste, tanto é que busquei uma fonte que concordava comigo, no caso o psicólogo. E afirmei ainda mais o que eu penso no último parágrafo, mais específico na última frase "Porém, realidade ou ficção, lembre-se que aquilo que você veste, para muitos, diz o que você pensa".
Não acho que eu precise colocar algo do tipo "Na minha opinião", "Ao meu ver" ou "Eu acho que", eu simplesmente posso defender uma opinião afirmando o que eu acredito. Se eu fosse fazer uma matéria mesmo, jamais afirmaria algo que induzisse a opinião do meu leitor, e sim deixaria em aberto a questão para ele tirar as próprias conclusões, mostrando os dois lados da moeda!
É só minha opinião!
Bjs

Raquel disse...

Oi Adriana,
Fico muito feliz que você tenha uma opinião diferente e que expresse isso. Adorei ser contestada. Acredito que isso enriquece muito nosso trabalho. Concordo que seu título expressa uma opinião forte, mas discordo que isso esteja explícito no último parágrafo porque o "para muitos" não pareceu incluir você explicitamente. E é nesse sentido que achei que você deveria se mostrar mais.
Também concordo que o "eu acho" ou "eu penso" é totalmente dispensável.