quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Carência afetiva. Uma conseqüência da aversão a compromissos

Por Ana Paula Bessa

Um assunto que sempre estará em roda de amigos, mesa de bar, reunião de família é a diferença entre os sexos. As mulheres reclamam da insensibilidade e os homens o excesso dela. O fato é que as diferenças existem e não se pode evitar. No mês de outubro publiquei uma matéria onde a falta de interesses dos homens por compromissos foi comprovada cientificamente. O tema causou polêmica entre os leitores e por isso ela merece uma atenção maior.

Nós mulheres clamamos por exceções desde o início do século XX onde as evoluções intelectuais e sexuais foram conquistando forças para quebrar, paulatinamente, os tabus que cercavam estes temas. Agora, conquistado essa exceção, queremos regredir ao sistema patriarcal outorgado pela sociedade. Há mulheres que querem um homem para quem correr, para esperar, como as mulheres de Atenas (música de Chico Buarque). Ao mesmo tempo querem não ter que esperar por ninguém. Mulheres são totalmente paradoxais e querem que os homens não sejam.

O cientista de 27 anos responsável pela pesquisa declarou que não sabia se portava a mutação genética, mas garantia que era o homem de uma mulher só. Ouvir esta declaração nos dias de hoje não é tão comum, tanto de homens como de mulheres. Na cultura anterior, a palavra perigosa era 'casamento'. Quando ela era dita, o noivo (geralmente) se assustava e sempre dava um jeitinho de tentar fugir ou enrolar. Mas namorar, estava muito bom. Hoje, no entanto, a palavra perigosa já é 'namoro’. É difícil encontrar alguém que queira compromisso sério, por mais que aconteçam beijos, que se falem algumas vezes ao dia e que tenham até planos. Na contemporaneidade, isso chama-se 'ficar', namorar sem nenhum tipo de compromisso.

Neste clima de incertezas no meio de relacionamentos pessoais, a única certeza que se pode ter é do cultivo gradual da cultura de carência afetiva. Não importa se você gosta ou não de ser livre em todos os sentidos, o fato é que a liberdade individual traz consigo solidão que vem acompanhado da carência. É comum encontrar situações em que jovens com uma vida bem sucedida, perdidos em seus sentimentos, clamem por atenção de uma forma egocêntrica, onde valorizam o material para encontrar o que lhes falta. Criam desculpas e situações para não encarar a realidade de que estão só e precisam de um carinho, um aconchego. Quando se dão conta disso, já apanharam demais da vida.

“O problema da juventude é você achar que ela nunca vai acabar”, diz a sábia senhora Neife Alux Bessa. É necessário que haja esse cuidado em achar que a juventude não chegará ao seu fim. E quando isto acontecer, que você não tenha tido “ maus encontros”, como dizia Spinoza. Deve-se ter a conscientização que somos importantes na vida das pessoas que encontramos e nos relacionamos. Por este fato, ter um extremo cuidado para não machucar toda uma geração com a banalização do “envolver-se” é uma preocupação que deve ser questionada e pensada pelos jovens do século XXI.

9 comentários:

Keroley Monteiro disse...

Aninha

Seu artigo ficou show de bola, muito bem explicado, e particularmente gostei muito do último paragráfo. Mas, você poderia ter enxugado mais o texto que ficou muito longo, os paragráfos estão muito extensos, isso acaba cansando o leitor.

Mas ficou demais, parabéns.
Bjos

Daniele Carvalho disse...

Oi Ana...

Seu artigo expressa bem sua opinião... isso é muito importante!

*Se tenho 'problema' com excesso de vírgulas, vc tem por falta delas... rsrs
"O cientista(,)de 27 anos(,) responsável pela pesquisa..."
E outra coisa... qual o nome do cientista? O leitor não é obrigado a acessar sua matéria para saber quem é ele.

Não achei seu artigo muiiito grande não. Pelo menos está menor que a matéria... hehe. Mas conseguiu passar sua opinião sobre o assunto e informar mais o leitor.

É isso...
Bjs!!!

*(o comentário sobre as vírgulas é irônico, viu?! nada contra... bj)

Andrea Zanetti disse...

Oi Ana,

Acho que o seu artigo está bem feito.

Gostei da forma que vc expôs sua opinião e as relações que fez dentro do texto. Os links estão bem colocados.

Um beijo!

Eu topo criar a rádio!

Anônimo disse...

Profundo esse artigo Ana, você opina, tira suas conclusões e ainda faz o leitor refletir sobre o assunto. O texto é leve e o tamanho está ideal.

Tudo de bom!!!
Um abraço

Anônimo disse...

Oi Ana Paula,

O artigo superou a matéria. Mais agradável de ler menos extenso, ficou bacana.
Eu só n entendi. Como alguém que me ajudou a fazer o enxugão tem tanto a dizer.rs

Só acho que deve ter mais cuidado com os termos que escolhe para suas afirmações. "o tema causou polêmica entre os leitores" o que de fato não foi o TEMA...


Ah, o termo "mediatista" da minha matéria, lembra? Vc disse que era uma linguagem que não se usava para WEB. E oque me diz deste: "paulatinamente"?! Só pra descontrair...uhuhuhu


Amei a referência "SPINOZA"...

Parabéns! " Nádegas a declarar"...

;*

Paulo Vasconcelos disse...

O mundo mudou, o comportamento humano mudou. Toda essa aceleração da era contemporânea faz com que as pessoas percam a sensibilidade. A questão agora é encontrar uma forma de adaptar ao novo tempo. Precisamos apenas excluir algumas aberracões que teimam em ocupar espaço nessa nova era.

Anônimo disse...

Muito bom ana paula!
parabéns!

Anônimo disse...

Muito bom !!!!!

parabens!!!!!!!!!!!!

E a gente acha que é imortal mesmo na adolescencia....

auehuaheuaheuaheuaheauehauehauehauehauheuaheua

BEEEEIJOS ME LIGA...

Raquel disse...

Ana Paula,
Seu artigo ficou muito bom. Apresenta bons argumentos para fundamentar sua opinião e permite que o leitor reflita sobre seu ponto de vista. Parabéns!!

Você volta a insistir, no entanto, que a falta de interesse dos homens por compromisso foi compravada cientificamente. Mas a sua matéria diz que o gene não é o único responsável por esse tipo de comportamento, o que causa certa confusão ao leitor, não acha?

Você também não dizia na matéria que a pesquisa foi comandada por um cientista de 27 anos. Na matéria, a informação era de que o Instituto Karolinska havia divulgado a pesquisa. Então, no seu artigo, era necessário citar o nome do cientista e também repetir qual o trabalho comandado por ele. No final você cita a "sábia senhora Neife Alux Bessa". Quem é ela? E por que é sábia? Seria interessante incluir essas informações para quem não conhece a pessoa, certo?

No mais, seu título ultrapassou o limite de caracteres estipulado e o link para o seu e-mail não funcionou. Os links da matéria estão corretos e levam para conteúdos pertinentes. Nota 6,5